Tá com pressa?
Nesse post eu discuto como em um mundo onde passamos horas deslizando pelas redes sociais, o "scroll infinito" se tornou uma estratégia viciante e eficaz para engajar os usuários, mas também pode prejudicar o bem-estar mental. Para as marcas, o desafio é capturar a atenção sem ser apenas mais um conteúdo. Ao invés de se render à superficialidade, é possível criar estratégias como storytelling compacto, séries curtas e interatividade para gerar engajamento real e profundo. Exemplos como Duolingo e Pokémon GO mostram que é possível criar experiências que oferecem valor, não apenas entretenimento e eu cito outros exemplos interessantes do passado e do presente. E concluo que a chave para o marketing eficaz é fazer o público refletir sobre o que realmente importa para ele.
Você já viu quanto tempo passa deslizando pelas redes sociais?
95 minutos no TikTok, 62 no Instagram, 30 no X e 19 no Snapchat. Esses foram os números médios diários no final de 2023, segundo a Sensor Tower. Só no Brasil, o TikTok atingiu 98,6 milhões de usuários — cerca de 46% da população. (1)(2)
Impressionante, não?
Quem nunca prometeu “só mais um videozinho” antes de dormir e acabou perdendo horas? O scroll infinito nos engaja com pequenas doses de entretenimento, esses vídeos curtos que rapidamente se transformam em maratonas inesperadas.
Mas o que isso significa para marcas e publicitários?
O Efeito Viciante do Scroll Infinito
Desenvolvido para capturar atenção, o scroll infinito é comparável às máquinas caça-níqueis. Cada deslizar de dedo promete uma nova recompensa — uma estratégia poderosa para manter os usuários conectados e, claro, aumentar as oportunidades de monetização através de anúncios. (3)
Porém, há um custo: o impacto no bem-estar mental. A desconexão torna-se difícil, e outras formas de consumo, como a leitura ou interações significativas, acabam eclipsadas. Para as marcas, isso levanta um desafio: como capturar a atenção sem ser apenas mais um no feed?
Adaptar, Sim. Se Entregar, Não.
Formatos curtos são uma realidade, mas isso não significa que precisam ser rasos. Na verdade, o desafio é criar conteúdos que equilibrem criatividade e substância. Algumas estratégias incluem:
Storytelling Compacto: Em poucos segundos, é possível contar histórias envolventes e relevantes. Pense em formatos que se conectem emocionalmente com o público.
Séries Curtas: Uma narrativa dividida em episódios breves pode manter o interesse e incentivar visualizações repetidas.
Interatividade: Ferramentas como realidade aumentada e experiências gamificadas podem transformar o consumo passivo em engajamento ativo.
Um exemplo é a série interativa "Black Mirror: Bandersnatch" da Netflix, onde os espectadores tomam decisões que afetam o desenrolar da história. Essa estrutura de múltiplos caminhos e finais não só aumenta o fator de visualizações repetidas, mas também encoraja o engajamento quando aumenta as discussões e análises sobre as diversas possibilidades narrativas.
Marcas de luxo como Dior, Louis Vuitton, Gucci e Prada também já estão utilizando efeitos de Realidade Aumentada (AR) em suas estratégias de marketing digital, especialmente no Instagram. Esses filtros que permitem que os usuários interajam e personalizem sua experiência com a marca, como experimentar virtualmente produtos de moda e cosméticos e criar seus próprios conteúdos.
Benefícios Reais, Engajamento Verdadeiro
Iniciativas como as do Duolingo e do Pokémon GO provam que é possível criar recompensas atrativas que também agregam valor à vida do usuário. Sejamos honestos: qualquer coisa que tira a pessoa do scroll automático já faz uma diferença.
Lembre-se, um conteúdo reflexivo pode ser mais poderoso do que parece. Perguntas como “Quanto tempo você passou online hoje?” ou “O que você realmente quer fazer agora?” incentivam um consumo mais consciente. Essa abordagem pode alinhar o conteúdo às metas pessoais e profissionais do usuário — o que gera conexões mais profundas com a marca.
A MTV já fazia isso quando a TV era o grande vilão da juventude. Veja como eles usavam o audio irritante e a duração desproporcional que incentivava justamente o que a mensagem dizia.
Ao lembrar os usuários de seus objetivos pessoais ou profissionais, nossos conteúdos se tornam mais reflexivos podem ajudar a direcionar para um consumo de conteúdo de maneira que esteja alinhada com esses objetivos e se estivermos nesse novo lugar mais saudável quando eles precisarem, melhor ainda.
Qual é a Sua Mensagem ?
Enquanto o scroll infinito domina o consumo de mídia, nós, publicitários e criadores, temos uma escolha. Podemos ser os que incentivam o uso excessivo ou aqueles que fazem a diferença.
A pergunta que fica é: Se você tivesse 15 segundos para dizer algo realmente importante, o que seria? E por que o usuário se importaria?
Vamos colaborar!
PS.: Escrevendo esse texto lembrei dessa sessão de terapia incrível que cura todos os problemas e aproveito para deixar aqui se você está com problemas de vício com o scroll infinito.
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