>>Tá com pressa?
No post, eu abordo a dificuldade de transformar um conceito de campanha em um projeto audiovisual de sucesso, destacando que isso não está relacionado à falta de competência, mas à complexidade que envolve a transposição de linguagens entre publicidade e audiovisual. Com base em um estudo que mostra o crescimento dos anúncios em vídeo, enfatizo que, atualmente, contar uma boa história é essencial para engajar o público. O processo começa com a decupagem do roteiro, onde a visão do diretor é crucial para dar vida à narrativa imagética que irá ressoar emocionalmente com os espectadores. Enfatizo que, em um cenário saturado de informações, é vital que as marcas e agências adotem novas perspectivas e ousadia nas narrativas, permitindo que publicidade e audiovisual trabalhem juntos para criar experiências significativas e impactantes.
Você já se viu diante de um ótimo conceito para uma campanha de vídeo publicitário sem, contudo, saber quais passos percorrer para transformar a ideia em um projeto de sucesso?
Ou ainda, já produziu um vídeo internamente e não conseguiu os resultados que eram esperados? Isso é muito mais comum do que parece, e não tem absolutamente nada a ver com falta de competência ou de visão.
Acontece que, como diz aquele velho clichê popular, "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa". A Publicidade e o audiovisual são áreas com objetivos distintos que operam com linguagens específicas, logo, não se trata apenas de construir um roteiro de locução comunicando uma ideia e agregar imagens que correspondam ao texto. É preciso que exista uma transposição de linguagens, para que as áreas possam trabalhar juntas e, dessa forma, atender a uma gama infinita de possibilidades na criação de projetos.
É um desafio, sem dúvida. Mas um desafio que vale a pena.
Um estudo produzido pela Kantar Ibope Media, em parceria com o IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau), mostrou que os anúncios publicitários em vídeo movimentaram R$ 8,6 bilhões no Brasil em 2020 - 36% do total investido em publicidade no país. A pesquisa também indicou que anúncios em vídeo representaram mais de 80% do total da verba investida nas redes sociais.
Não é nenhuma novidade que os consumidores gastam grande parte do seu tempo online assistindo a vídeos e essa tendência, principalmente após a pandemia, aumentou consideravelmente.
Mas como a publicidade e o audiovisual se encontraram?
Durante muitas décadas, a publicidade se utilizou de uma linguagem comumente chamada marketeira, os famosos jingles cujo objetivo era literalmente enfiar uma determinada melodia, nome de marca ou ideia na cabeça dos consumidores através da repetição constante das propagandas exibidas, sobretudo na televisão. A gente sabe que, nas últimas décadas, isso mudou muito. O comportamento do consumidor se transformou e as pessoas passaram a valorizar campanhas que as fizessem viver uma experiência que trouxesse alguma forma de conexão com as marcas.
Neste contexto, as narrativas surgiram como elemento fundamental dos vídeos publicitários. Para engajar o público, é perciso contar uma boa história - e ela começa com a decupagem audiovisual.
Do roteiro à decupagem audiovisual
O primeiro passo para iniciar um projeto de audiovisual com foco publicitário, é decupar o roteiro de locução que as agências enviam à produtora. Essa é uma etapa fundamental para o sucesso do projeto, pois é quando as cenas começam a ganhar uma cara, ou seja, tudo o que está escrito no roteiro começa a ser traduzido para a linguagem do audiovisual. Nessa hora, a/o diretora/or precisa ter em mente de forma muito clara qual é o objetivo de cada cena, para definir os planos, ângulos e a melhor forma de filmar. Cada segundo importa, já que a construção dessa narrativa imagética é que irá definir o tom do vídeo, quais sensações, emoções e reflexões ele irá despertar no público espectador.
De forma genérica, podemos dizer que enquanto a linguagem publicitária é uma espécie de cérebro do projeto, que calcula e planeja quais as formas mais efetivas de chamar a atenção do público, o audiovisual é o coração, responsável por fazer com que alguma coisa pulse no espectador e, ainda que não seja possível dizer racionalmente o que é, existe um deslocamento, uma provocação sutil que leva a novos estados de ser, pensar e sentir. Essa é, em última instância, a função da arte em geral.
E foram felizes para sempre…
Transformar um conceito em um projeto audiovisual de sucesso é um dos maiores objetivos de todas as empresas, marcas e agências publicitárias. Hoje, com o excesso de informações e estímulos constantes e uma crescente diminuição da atenção e foco, prender a atenção é um desafio cada vez maior. Neste caminho, é preciso pensar além das velhas estratégias publicitárias e incorporar novas perspectivas. É preciso ousar na construção de novas narrativas, capazes de alargar os limites do conhecido e, como diria Eduardo Galeano, entregar “novos mundos possíveis.” aos consumidores.
Diante desse cenário, a publicidade e o audiovisual possuem um potencial enorme para trabalharem juntos, desenvolvendo projetos consistentes, com inteligências multidisciplinares e linguagens que, embora diferentes, podem - e devem - dialogar transformar conceitos em finais (inícios e meios) muito felizes!
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